As últimas novidades da sua área, as descobertas da ciência, a política, a economia, as notícias do dia: a gente luta para se manter informado e dá duro para educar os filhos.

Informática, idiomas, esportes e, quando surge um problema: psicoterapia. Está bem, tudo isso pode ser necessário, mas quando é que sobra um tempinho para olhar para dentro e tentar entender o que se sente? No corre-corre da vida, a gente se acostuma a achar que o tempo cura tudo e se consola dizendo que "essas coisas a vida ensina". Será? E a que preço? E quando, em lugar de curar, o tempo pereniza e transforma um sentimento mal entendido em tara, fobia, violência, depressão ou dependência? - é... aí, só mesmo com muita psicoterapia... - afinal, quanta gente há por aí que só conseguiu aprender a isolar-se, fugir ou atacar para defender-se da vida?

Sintomaticamente, assimilamos novas palavras e termos estrangeiros, mas é raro nos dedicarmos a encontrar nomes precisos para os sentimentos. Paramos de nos preocupar em reconhecê-Ios e contentamo-nos em identificar as emoções que eles nos provocam. Falamos vagamente em ansiedade, medo, raiva, sofrimento, prazer e esquecemos palavras específicas como encantamento, desilusão, temor, ira, deslumbramento.

Limitamos o vocabulário de nossa sensibilidade, porque paramos de dar atenção a ela. Então, um dia, queremos saber o que sentimos, mas já não conseguimos perceber nossos sentimentos; precisamos transmiti-Ios, mas já não temos palavras.

Neste livro, 51 textos escolhidos a dedo, de 40 grandes escritores da língua portuguesa, de Camões a nomes da literatura contemporânea, divididos em cinco capítulos referentes às emoções mais facilmente reconhecíveis - desejo, medo, raiva, dor e prazer - convidam o leitor a exercitar a sensibilidade, vivenciar e identificar sutis nuances de sentimentos das mais diferentes espécies.