Sinopse | Texto | Prêmio | Volta

Num sábado, ou sétimo dia, Zoroastro convidou Aletrícia para ir ao cinema. A moça se aprontou. Colocou um vestido de algodão azul com bolinhas brancas e cinto dourado. Estava linda, toda em ordem. Zoroastro apareceu usando uma camisa clara, com suas iniciais bordadas no bolso. Foram assistir a um filme sobre almas gêmeas.
Aletrícia não prestou atenção em nada. Só o filme que se desenrolava em sua cabeça lhe interessava. Nele, ela era a artista principal e Zoroastro o conquistador, o galã. Não aceitou pipocas e preferiu as balas de caramelo e dropes. De repente as mãos se tocaram na penumbra da sala, e os dedos embaraçaram. Eram dez dedos, ela sentiu. Dez números amarrando o eterno. Com os dez dedos poderiam alcançar o sempre, o infinito. Começou a divagar sobre o futuro com abraços, beijos, carinho, desejos, e pediu perdão aos céus por seu coração precipitado. Mas, afinal, era a sua primeira paixão.