Sinopse | Poema | Volta

Beija-flor

Pequenino feixe de nervos
lépido sutil e grácil
em torno da corola esvoaça
Beija-flor todo equilíbrio
no seu trapézio invisível.

Ao abrir o leque de plumas
com estrias de safira
Beija-flor arrisca o jogo
no assédio à flor. Mas recua
rápida flecha sem pouso
a um balouço de arbusto.

Dramazinho melífluo:
coração em conflito
de premência e cautela
Beija-flor investe a custo
e sem perder o galeio
gira oscila dança paira
não desiste mal se atreve
em galanteios e escusas
antes de colher o inseto
que entre pétalas se oculta.

Volta