Além da big band capitaneada por Nailor Proveta, programação traz também a diversidade sonora da cena local com shows da harpista Arícia Ferigato e do multiinstrumentista Pablo Malta
Uma temporada de muita música e festa está para começar na Praça Floriano Peixoto. No dia 24 de maio, estreia a Série BH Instrumental 2025, realizada pela Veredas Produções com o patrocínio do Instituto Unimed-BH, por meio do incentivo de mais de 5,7 mil médicos cooperados e colaboradores, via Lei Federal de Incentivo à Cultura. O projeto é um dos mais longevos do país quando o assunto é música instrumental brasileira e é democrático ao proporcionar espetáculos gratuitos no espaço público e ao conectar artistas da cena local com nomes nacionais. Em 2025, ganha contornos ainda mais especiais porque marca o início das comemorações pelos 30 anos da Veredas Produções, fundada pela lendária produtora Rose Pidner, que também foi musicista, e segue encabeçada por sua sucessora, Paola Berto.
A temporada 2025 da Série BH Instrumental terá três edições, cada uma delas em formato de pequeno festival, com três shows cada, unindo artistas de BH ou do interior, selecionados por meio do Edital Série BH Instrumental, com nomes de destaque de outras cenas do país. E para abrir uma grande festa musical, uma big band. A atração convidada desta primeira edição é ninguém menos que a Banda Mantiqueira, capitaneada por Nailor Proveta e composta por mais 14 músicos. Abrem o palco a harpista Arícia Ferigato, em quarteto, e o multiinstrumentista Pablo Malta, em quinteto. O evento começa às 17h30, com acesso gratuito e aquecimento da noite com discotecagem da DJ e musicista Naroca, que irá embalar a chegada do público com muito suingue e bom gosto.
A Banda Mantiqueira nasceu da visão do saxofonista e clarinetista Nailor Azevedo, o Proveta, em 1983, enquanto morava no bairro do Bixiga, em São Paulo. A ideia amadureceu ao lado do trompetista Walmir Gil, com quem compartilhou o sonho de formar uma big band brasileira. Antes da Mantiqueira, Proveta e Gil integraram os grupos Banda Aquarius e Sambop Brass, que, embora promissores, não deixaram registros gravados.
Inspirada por mestres do jazz como Count Basie, Thad Jones e também por ícones brasileiros como Pixinguinha e Tom Jobim, a Banda Mantiqueira surgiu com a proposta de fundir a linguagem das big bands com o suingue brasileiro. A seleção dos músicos se deu de forma natural, reunindo instrumentistas que atuam também como acompanhantes e arranjadores de artistas renomados, tanto do Brasil quanto do exterior.
O grupo começou suas apresentações em bares paulistanos, como o Sanja Jazz Bar e o Bar Vou Vivendo, conquistando público fiel. Mais tarde, firmou residência no Supremo Musical, onde se apresentou por seis anos. A trajetória da banda inclui participações em festivais como o Free Jazz Festival e turnês internacionais nos EUA, Europa e América Latina, sempre com recepção calorosa.
Seu primeiro CD, Aldeia (1998), foi indicado ao Grammy. Depois vieram Bixiga (2000), Terra Amantiquira (2005) — vencedor do Prêmio Tim e indicado ao Grammy Latino —, e Com Alma (2017), com participações de Wynton Marsalis e Romero Lubambo. A banda mantém colaborações marcantes com a OSESP e cantores como Mônica Salmaso e Rosa Passos, consolidando-se como um dos principais grupos de música instrumental do país.
Hoje, mais de 40 anos após sua concepção, a Banda Mantiqueira segue inovadora, representando o melhor da música brasileira com arranjos sofisticados e uma sonoridade única que dialoga com o mundo.
SÉRIE BH INSTRUMENTAL APRESENTA: BANDA MANTIQUEIRA
+Arícia Ferigato Quarteto e Pablo Malta Quinteto
Sábado, dia 24 de maio, a partir das 17h30
Discotecagem com DJ Naroca
Acesso Gratuito
Praça Floriano Peixoto – Santa Efigênia, Belo Horizonte
Leave a Reply