Transformando minério em arte
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Transformando minério em arte

Artista plástica de BH inaugura instalação que transforma minério em arte

Ana Elisa Murta apresenta no Museu Mineiro “Jardim mineral: o avesso da terra” para celebrar a essência de Minas Gerais e a sabedoria de um povo que retira os recursos da natureza respeitando os limites e os ciclos da terra.

Após uma temporada bem-sucedida em Londres com “Colour Diving”, inspirada na conexão com o divino e na busca pelo sentido da vida, a artista plástica Ana Elisa Murta traz para Belo Horizonte “Jardim mineral: o avesso da terra”, instalação inédita que celebra a essência mineral de Minas Gerais e a sabedoria de um povo que retira os recursos da natureza respeitando os limites e os ciclos da própria terra.

A mostra ficará em cartaz de 08 de março a 05 de maio, no Museu Mineiro (avenida João Pinheiro, 342, Funcionários), e reflete uma profunda comunhão da artista com sua terra natal. O ambiente é dividido ao meio por duas instalações dependuradas ao centro, de dimensões impressionantes, com quase 10 metros de comprimento, que foram criadas esticadas no chão, trazendo micromundos minerais em frações, e coexistem com obras menores, em formato quadrado – todas são inéditas.

As telas exibem cores naturais dos minérios, em tons de ocre; ora amarelados e alaranjados, ora avermelhados e terrosos, em variadas texturas, que não apenas retratam a beleza, mas também evidenciam as vastas possibilidades e a magnificência dos recursos naturais disponíveis. A tinta utilizada é resultado de um processo metamórfico de rochas transformadas em pó, acrescido de óleo de linhaça, e foi empregada a técnica da monotipia com pequenos galhos de vegetação. O percurso por esse jardim mineral remete às pinturas rupestres, quando o homem pré-histórico eternizou sua marca e presença no mundo.

“”Jardim mineral: o avesso da terra” ressignifica a extração de minério no estado pela forma como o simples e o bruto podem se transformar em arte, evidencia a identidade do povo e o que as terras de Minas têm para contar. Os pigmentos para produzir a minha própria tinta a óleo vêm de pedras minerais (mica, quartzo e hematita) da cidade do Serro, em Minas Gerais”, explica Ana Elisa Murta.

Toda a trajetória artística de Ana Elisa Murta é permeada não apenas por práticas sustentáveis, como de responsabilidade social. “A extração dos pigmentos, que resultam em um produto livre de toxicidades, é feita por moradores locais, fomentando a geração de renda. Sempre tive uma preocupação com a origem e pureza das tintas e seu descarte. Utilizo ainda outros elementos encontrados na natureza. Ao escolher materiais sustentáveis e adotar práticas responsáveis, busco honrar a natureza e manter o ciclo da vida e da arte em equilíbrio”, descreve.  

A arte de Ana Elisa Murta é feita visando um consumo consciente e durável, entendendo que está em constante evolução e em co-criação com quem a adquire. “Meus quadros não são assinados no lado da frente e vêm com penduradores nos quatro cantos da tela, estabelecendo um fluxo que não se encerra em meu ateliê”, ressalta.

“Jardim mineral: o avesso da terra” tem apoio do Ministério da Cultura, Governo Federal, Governo de Minas, Secretaria de Cultura de Minas de Gerais e patrocínio da empresa Herculano Mineração. A exposição seguirá depois para Roma e Dubai.  

Informações  

Exposição: “Jardim mineral: o avesso da terra”, por Ana Elisa Murta

Data: 08 de março a 05 de maio

Horário: terça a sexta, das 12h às 19h |sábados, domingos e feriados, das 11h às 17h

Local: Museu Mineiro

Endereço: Avenida João Pinheiro, 342, Funcionários, Belo Horizonte/MG

Entrada franca

Mais informações: @anaelisamurta, www.anaelisamurta.com, www.museumineiro.mg.gov.br  

Sobre Ana Elisa Murta

Nascida em Belo Horizonte, Ana Elisa Murta é uma artista brasileira com foco no expressionismo abstrato. Desde muito nova, ela criava e experimentava com cores e imagens, tendo participado de inúmeras aulas de arte e mantido uma conexão duradoura com o desenho e a pintura como meios de expressar suas emoções e pensamentos mais profundos.

“Quando eu olho para trás, vejo que a arte não surgiu por acaso em minha vida, sempre esteve presente, fez parte de muitos momentos da minha história. A arte não veio para me ajudar a colocar a dor para fora, veio para me lembrar, me reforçar, a beleza que existe no mundo. Hoje eu compreendo que a minha arte não é um processo de dentro para fora, é um processo de fora para dentro”, declara.

Somente depois de se formar em direito e construir uma carreira bem-sucedida no mundo dos negócios que ela finalmente pôde se dedicar intensamente à sua prática artística. Desde 2019, mantém uma agenda artística movimentada, já expôs individualmente em São Paulo, Belo Horizonte, Cascais, Montreux, Pully e Londres. A artista retorna à capital mineira para inaugurar uma nova fase em sua carreira, fortalecendo suas raízes, e já recebeu convites para expor em Roma, nos Emirados Árabes e em outros locais.

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