Maria Lilia surpreende-nos e encanta-nos. Corre a surpresa pela graça do estilo belo e singular, raro de encontrar-se hoje em obra do gênero, onde aparatos teóricos ou pretensos rigorismos científicos (não raro. meros encaixes ideológicos) impingem ao leitor dificultosos malabarismos cerebrinos, que mais o afastam do que aproximam do poeta ou prosador supostamente razões de tais estudos. Nossa aurora mantem-se fiel do início ao fim a Bartolomeu Campos de Queirós, razão do encantamento a fluir de sua obra séria e correta interpretação da poesia de nosso amado escritor mineiro deixa de ser objetivo último do escritor, haja vista o predomínio do que nasce e cresce por obra de amor a interpenetração. Assim, muitas são as passagens em que Maria Lilia joga poeticamente com o texto de bartolomeu, num rigoroso e fascinante conluio. Se, pelo exposto, a obra excede, mais acresço: serve de modelo a quem, acima dos "lucros" imediatos a uma carreira profissional, pretenda enriquecer nosso universo poético através da maravilhosa fusão alquímica de razão e sentimento, resultando essa matéria áurea, essencial em nossas vidas: o amor. Ramom Quintela Ferreira |
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