A exposição A Afirmação Modernista: a paisagem e o popular na Coleção Banerj apresenta 135 obras de diversos artistas brasileiros que estarão reunidas nas galerias Alberto da Veiga Guignard, Genesco Murta e Arlinda Corrêa Lima, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, celebrando e reafirmando a importância da Semana de Arte Moderna de 1922. A mostra reúne pinturas, desenhos e gravuras de nomes referenciais da arte, como Tarsila do Amaral, Cândido Portinari, Anita Malfatti, Alfredo Volpi, Lasar Segall, Di Cavalcanti, Emeric Marcier, Cícero Dias, Iberê Camargo, Fayga Ostrower, Burle Marx, Alberto da Veiga Guignard, Inimá de Paula, Arlindo Daibert e Ziraldo. Dividida em sete módulos expositivos (Brasil Popular, Panoramas e Paisagens, Guignard, Paisagem Moderna, Abstração, Goeldi e Gravura Moderna), A Afirmação Modernista tem curadoria de Marcus de Lontra Costa e Viviane Matesco, e poderá ser visitada até 5 de fevereiro de 2023 (domingo).
Além de celebrar o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, um dos maiores marcos na história cultural do País, a mostra A Afirmação Modernista retrata clássicas paisagens da cultura brasileira, da natureza exuberante às festas de rua, o samba, o candomblé, a boemia, dentre diversos ícones do imaginário nacional. O escopo da mostra foi construído a partir do acervo do extinto Banco do Estado do Rio de Janeiro (Banerj), que começou a ser formado no início dos anos 1960, vinculado ao contexto de afirmação da Cidade-Estado da Guanabara. Desde 1998, o acervo está sob a guarda e cuidados da Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro. A Afirmação Modernista foi inicialmente exibida no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, e em seguida, no Museu do Ingá, em Niterói.
Segundo Marcus Lontra, responsável pela curadoria da mostra ao lado de Viviane Matesco, a exposição foi pensada para sintetizar a coleção Banerj, uma das mais importantes do Brasil. “Trata-se de um acervo extraordinário, em que Viviane e eu buscamos extrair algumas questões importantes, levando em consideração que foi uma coleção formada a partir dos anos 1960: na época em que o movimento modernista se consolida, se afirma como uma linguagem, como uma perspectiva, não de uma projeção de um país futuro, uma realidade de um país do presente”, explica o curador. Nesse sentido, A Afirmação Modernista, pelo título, afirma a presença de obras que já fazem parte de um patrimônio cultural do povo brasileiro.
As diferentes maneiras de conceber a paisagem do Brasil revelam-se como marca da exposição, que reúne obras produzidas entre os séculos XIX e XX: a luminosidade dos trabalhos de Eliseu Visconti contrasta com as tensas pinceladas de Anita Malfatti, a cidade anônima e silenciosa de Oswald Goeldi se opõe à exuberância das cenas urbanas de Di Cavalcanti, a paisagem imaginária de Cícero Dias distancia-se da racionalidade de Aldo Bonadei. As obras, que chegam agora à Belo Horizonte, viabilizam o acesso do público mineiro à fruição de trabalhos desses grandes artistas. Para Lontra, nada mais natural que a Funarj realizar a itinerância da mostra em Belo Horizonte. “Indiscutivelmente, toda a referência que temos do modernismo carioca é basicamente mesclada com a presença fulgurante de grandes personalidades mineiras”, destaca o curador.
Apesar do domínio do pensamento e do discurso modernista a partir de uma conjuntura artística paulista, é importante destacar que o modernismo não nasceu em São Paulo. O movimento contou com a contribuição de diversos estados do país. Seguindo essa premissa, a exposição A Afirmação Modernista traz ao público um vasto acervo de obras cariocas e mineiras que tiveram forte influência na construção do movimento, com particularidades que necessitam de serem conhecidas e reconhecidas.
“O movimento modernista opera em diversos sentidos. Costumo brincar: se Minas Gerais não estivesse presente no modernismo, ele não estaria errado, mas estaria sem tempero. Minas Gerais temperou o modernismo brasileiro, deu a ele significado, diferença, e uma qualidade indiscutível. Há um cuidado e carinho imenso nessa aproximação entre Minas Gerais e o Rio de Janeiro”, conclui Lontra.
Informações
Local
Palácio das Artes (Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, Galeria Genesco Murta e Galeria Arlinda Corrêa Lima)
Data
22 de outubro a 05 de fevereiro de 2023
Horário de visitação
Terça a sábado
12h às 21h
Domingo
17h às 20h
Endereço
Av. Afonso Pena, 1537. Centro. Belo Horizonte/MG
Informações para o público
(31) 3236-7400
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