Crônica Travelling Wilburys
Crônicas Musicais

Crônica Travelling Wilburys

TRAVELLING WILBURYS – uma constelação que deu certo.

Crônica da Era do Rock, por Rodrigo Leste

O mundo do rock ficou com a pulga atrás da orelha:

— TRAVELLING WILBURYS??! O que vem a ser essa nova banda?

Estamos nos anos de 1980. 1988, pra ser mais exato. As ondas do rádio são invadidas por esse bem elaborado som que sugere afinidades com grandes ícones da música pop contemporânea.

— Mas que porra é essa?!

Perguntam os apreciadores do bom rock and roll, nos quatro cantos do mundo, ao ouvirem as refinadas canções da banda.

— De onde saíram esses caras?!

Formalmente os membros do Travelling Wilburys apresentavam-se como Nelson Wilbury, Lefty Wilbury, Otis Wilbury, Charles T. Wilbury e Lucky Wilbury.

— Irmãos como os Allman Brothers?! Será possível? Como é que ninguém nunca ouviu falar deles???

Apesar do súbito e avassalador sucesso, os Wilburys negavam-se terminantemente a conceder entrevistas e a se deixar fotografar.

Sim, o mistério tem seu charme. Que o diga o apanhador do campo de centeio, o escritor J.D. Salinger, que não concedia entrevistas e nem permitia que o fotografassem. Mesma estratégia usada pelo “vampiro de Curitiba”, o escritor que atende pelo nome de Dalton Trevisan.

Finalmente os Wilburys resolveram deixar a verdade vir à tona.

Quem é quem:

Nelson Wilbury (George Harrison, Beatles),

Lefty Wilbury (Roy Orbison),

Otis Wilbury (Jeff Lynne, Electric Light Orchestra)

Charles T. Wilbury (Tom Petty)

e Lucky Wilbury (Bob Dylan)

– Covardia!

Vociferaram seus detratores.

— Colocar pra tocar tantas feras juntas é quebrar a concorrência!

— Isso devia ser proibido!

O fato é que os Wilburys não queriam quebrar ninguém, o barato da banda era só brodagem e boa música. No universo pop, onde egos inflamados foram responsáveis pela dissolução de grandes bandas como os Beatles, Creedence Clearwater Revival, Led Zeppelin, The Police, entre outras, os Wilburys andavam na contramão. Talvez a banda tenha sido formada num momento em que seus membros já tinham suas respectivas carreiras consolidadas e se reuniram pelo prazer de curtir boa música na companhia de bons amigos. E olha que, segundo se diz, Bob Dylan não é um cara fácil de conviver; George Harrison, também. Mas os clipes que deixaram, mostram alto astral no relacionamento entre eles. Pena que acabou.

Roy Orbison morreu em 1988 quando a banda gravava seu segundo álbum, que num golpe midiático de nonsense, chamaram de Travelling Wilburys Vol 3, rsrs. Especulou-se sobre a substituição de Orbison, o que não chegou a acontecer. Depois das mortes de George, em 2001 e de Tom Petty em 2017, os sobreviventes selaram um pacto de nunca mais tocarem sob o nome de Travelling Wilburys. Para os amantes do rock, a lenda sobrevive ad infinitum.

— Travelling Wilburys, forever!

Revisão e pitacos: Hilário Rodrigues

Colaboração midiática: @rodrigo_chaves_de_freitas

Portal cultural Caleidoscópio: siga @caleidoscopiobh

Para ler mais crônicas, acesse: https://www.caleidoscopio.art.br/category/cultural/cultural-musica/cronicas-musicais/

You Might Also Like

Crônica Leonard Cohen

setembro 28, 2023

Crônica Mutantes

agosto 4, 2023

Leave a Reply