Ry Cooder, Paris, Texas
Rock no Cinema

Ry Cooder, Paris, Texas

RY COODERcompositor e intérprete de obras primas como a trilha do filme Paris, Texas

Crônica da Era do Rock, por Rodrigo Leste

Para Ry Cooder tornar-se um dos bambas da música pop, bastava ter composto e interpretado a trilha do filme Paris, Texas, de Wim Wenders (com Nastassja Kinsky esbanjando charme e beleza). A cena da caminhada pelo deserto do personagem interpretado pelo grande ator Harry Dean Stanton (com seu indefectível boné vermelho) não seria a mesma se não estivesse sendo sustentada pela lamentosa slide guitar de Ry. Os agudos tirados das cordas pontuam a angustiosa travessia de alguém que quase perdeu a memória e, nas brumas de vagas lembranças, busca um lugar chamado Paris, Texas.

Mas não para por aí. Ry Cooder assina a trilha sonora de outro clássico do cinema, Crossroads, cuja trama se sustenta no famoso encontro do bluesman Robert Johnson com o diabo em pessoa, à meia noite, numa encruzilhada em algum lugar perdido no Mississipi. O filme em si, não é grandes coisas, mas a trilha sonora vale o preço do ingresso.

A vasta obra de Ry é marcada por um som que traz um distinto sotaque da fronteira. Estados Unidos e México são contemplados nas suas composições muito populares, mas ao mesmo tempo elegantes e musicalmente sofisticadas. Arranjos e vocais de alto nível. O excelente álbum, Chavez Ravine, lançado em 2005, poderia ser considerado uma produção mexicana. Lalo Guerrero, compositor e cantor mexicano da velha guarda, aparece em três músicas. Outras canções trazem letras e interpretações que têm mais afinidade com o México do que com os States.

Tendo passado alguns anos em Cuba, Ry foi se entrosando com os grandes músicos e compositores da ilha e acabou produzindo um dos maiores sucessos da indústria fonográfica de todos os tempos: Buena Vista Social Club. O projeto acabou virando um documentário dirigido por Wim Wenders. Trabalhar em Cuba, e promover artistas cubanos, acabou rendendo uma tremenda dor de cabeça pro músico. Recebeu uma multa de 100 mil dólares por contrariar uma absurda lei americana de guerra, datada de 1917. Chamada Trading With The Enemy Act, a lei proíbe cidadãos americanos de lidar com países comunistas. No ano 2000, o governo Clinton reviu a punição e permitiu Ry Cooder a continuar produzindo em Cuba. Ele realizou obras com o guitarrista Manuel Galbán e o cantor Ibrahim Ferrer.

Borderline, Get Rhythm e The Slide Area são títulos de alguns de seus álbuns. Aproveito pra colocar links de alguns clássicos de Ry Cooder:

Get Rhythm – https://www.youtube.com/watch?v=lw0bPo7WnYY

Little Sister – https://www.youtube.com/watch?v=zeUUye3TMhI

Chinito Chinito – https://www.youtube.com/watch?v=tAnlT20W2l0

Revisão e pitacos: Hilário Rodrigues

Colaboração midiática: Rodrigo Chaves de Freitas

@caleidoscopiobh (Portal Cultural Caleidoscópio)

Consultoria Musical: Marcos Kacowicz

Para conhecer mais os filmes de rock no cinema, acesse: www.caleidoscopio.art.br/category/cultural/cultural-musica/historia-do-rock-no-cinema/

https://www.caleidoscopio.art.br/category/cultural/cultural-musica/historia-do-rock-no-cinema/

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